segunda-feira, 11 de maio de 2015

Artista é multado por tingir gêiser de rosa na Islândia


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Um artista que criou polêmica ao tingir um famoso gêiser da Islândia de rosa foi multado em 100 mil coroas islandesas (R$ 2,3 mil).
Marco Evaristti, que nasceu no Chile, mas mora na Dinamarca, recusou-se, no entanto, a pagar a quantia. Ele deixou o país no último domingo sem objeção da polícia, informou a edição eletrônica do jornal local Morgunbladid.
Criticado por ambientalistas, ele defendeu seu trabalho, alegando que o corante usado para colorir a nascente termal de rosa era "inofensivo".
Evaristti, no entanto, disse entender que muitas pessoas que o criticaram queriam mostrar "sua preocupação, cuidado e amor pela natureza".
Saara
Segundo ele, o trabalho faz parte de um projeto de longo prazo, no qual pretende, entre outras coisas, tingir uma duna do deserto do Saara e uma ovelha. Também de rosa.
Nos últimos dias, Evaristti foi alvo de duras críticas nas redes sociais. Usuários acusaram o artista de arrogância e desrespeito pela Islândia.
"Todos os artistas escolhem sua tela, mas quando essa opção pode prejudicar a natureza, é preciso ter limites", afirmou um usuário na página oficial de Evaristti no Facebook.
Outros usuários, entretanto, defenderam o artista e criticaram o tom do debate.
"Estou constrangida pela maneira como as pessoas estão falando com você", disse uma mulher, que descreveu o gêiser rosa como "lindo e instigante".
"Espero que as pessoas ajam de igual forma quando grandes companhias e governos estejam realmente destruindo a nossa natureza".
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Neozelandesa diz ter sobrevivido perdida em selva bebendo o próprio leite


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Corredora se perdeu em floresta a leste de Wellington, na Nova Zelândia
Uma neozelandesa que se perdeu numa floresta disse ter bebido o próprio leite e se coberto de lama para sobreviver.
Susan O'Brien, de 29 anos, tomou o caminho errado durante uma corrida na Floresta Rimutaka, a leste de Wellington. Autoridades lançaram uma operação de busca após ela não ter cruzado a linha de chegada no domingo.
O'Brien, mãe de dois filhos, foi resgatada por ar na manhã desta segunda-feira (horário local). Ela se reencontrou com a família e a primeira coisa que fez foi amamentar sua filha de 8 meses, disse o jornal Dominion Post.
"Eu realmente pensei que iria morrer", disse ela a repórteres. "Como estou amamentando minha filha, eu tenho um pouco de leite. Então eu pensei que isso deveria me manter."
Ela também levava dois litros de água, tubos de gel e uma barra de cereais, informou a rádio New Zealand.
A corredora disse ter passado frio durante a noite e que cavou um buraco e se cobriu com lama para se manter aquecida. "Eu jogava sujeira em mim mesma e toda vez que eu ouvia alguma coisa eu gritava 'ajuda'".
Ela disse ao jornal 'New Zealand Herald' que o incidente não fará com que ela pare de correr.

Reprodução/BBC
Neozelandesa diz ter sobrevivido perdida em selva bebendo o próprio leite
Neozelandesa diz ter sobrevivido perdida em selva bebendo o próprio leite

Empresas investigadas pela Lava Jato têm R$ 24 bi a receber da Petrobras AGUIRRE TALENTO


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Empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato e impedidas de participar de novas licitações da Petrobras esperam receber R$ 24,3 bilhões da estatal nos próximos anos, graças a contratos antigos que continuam em execução.
A Petrobras suspendeu 27 empreiteiras apontadas como participantes do esquema de corrupção descoberto na estatal há um ano. Elas não podem obter novos negócios, mas 18 dessas empresas ainda têm 90 contratos em vigor.
Indicado em planilhas da própria Petrobras às quais a Folha teve acesso, o saldo desses contratos é próximo do lucro de R$ 23,6 bilhões obtido pela companhia em 2013 e ao prejuízo de R$ 21,5 bilhões registrado em 2014.
Ele é equivalente a quatro vezes o valor indicado no balanço da Petrobras para contabilizar as perdas provocadas pelo esquema de corrupção, estimadas em R$ 6 bilhões.
Editoria de Arte/Folhapress


sábado, 9 de maio de 2015

Entenda a greve patronal que abala o futebol espanhol


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A Federação Espanhola de futebol anunciou a suspensão de todos os torneios oficiais do país a partir de 16 de maio –e até segunda ordem– por causa de desavenças com o governo. A suspensão, que vai afetar mais de 600 mil jogadores e 30 mil partidas, ocorre num momento em que sua principal competição, a primeira divisão profissional masculina, tem Barcelona e Real Madrid separados por apenas dois pontos na luta pelo titulo, com apenas três rodadas restando.
Trata-se de uma situação complexa: a federação é contra um projeto de lei que "democratiza" a distribuição de receitas provenientes da venda dos direitos de transmissão de TV. Mas a Liga Espanhola (LFP), órgão que administra as duas primeiras divisões do campeonato, é a favor do governo e já entrou na Justiça para bloquear a greve patronal decretada pelos dirigentes.
Mas por que a disputa chegou a esse ponto? E o que pode acontecer com o campeonato?
O PROBLEMA
Essencialmente, o locaute é o resultado de um briga pelo comando do futebol espanhol.
Mais especificamente uma batalha pela distribuição das receitas de TV, que há anos estão concentradas nos cofres de Barcelona e Real Madrid, os dois clubes mais populares do país.

Marcelo del Pozo-11.abr.2015/Reuters
O atacante Neymar tenta uma jogada para o Barcelona contra o Sevilla
O atacante Neymar tenta uma jogada para o Barcelona contra o Sevilla
O atual sistema de vendas é individual: ou seja, cada clube negocia seus próprios contratos, com Barcelona e Real obtendo muito mais dinheiro que as outras equipes da Primeira Divisão.
Há anos existe pressão para um sistema de venda coletiva, como ocorre na Inglaterra, em que a distribuição das receitas é um pouco mais igualitária. Barcelona e Real, por sinal, reconhecem a necessidade de mudanças. Tudo parecia encaminhado para um acordo, mas a Federação Espanhola interveio por discordar de alguns termos do acordo e por achar que sua autoridade foi ignorada no diálogo entre governo e a LFP.
O QUE DIZEM OS JOGADORES?
Os jogadores ameaçaram entrar em greve há algumas semanas por causa da questão de redistribuição. Eles consideram que o sistema de venda coletiva vai criar ainda mais desequilíbrio entre os clubes mais ricos e os mais pobres.
É um argumento sustentado pelos problemas financeiros enfrentados por diversos clubes espanhóis. No ano passado, por exemplo, jogadores do Racing Santander se recusaram a entrar em campo para uma partida contra o Real Sociedade pela Copa do Rei, em protesto contra atrasos no pagamento de salários –uma decisão que foi aplaudida pelos torcedores.

Kiko Huesca-14.fev.2015/Efe
Cristiano Ronaldo tenta uma bicicleta em jogo contra o Deportivo La Coruña
Cristiano Ronaldo tenta uma bicicleta em jogo contra o Deportivo La Coruña
VAI PARAR MESMO?
O assunto é sério. A Fifa, entidade máxima do futebol, proíbe a intervenção política em assuntos esportivos e é justamente de interferência do governo que a Federação Espanhola está se queixando. Na teoria, a Espanha poderia ser punida com a exclusão de competições internacionais caso o impasse persista por muito tempo.
Não há indicações de que as partes estejam perto de algum acordo e desde já teme-se o problema da falta de datas disponíveis para a conclusão das competições. Há, por exemplo, diversos jogadores sul-americanos atuando em clubes espanhóis e que foram convocados por suas seleções para a Copa América, no Chile, que começa em 11 de junho. Um deles é o atacante Neymar, do Barcelona. Por sinal, tanto o clube catalão quanto o Real Madrid ainda estão na disputa pelo título da Liga dos Campeões da Uefa, cuja final é em 6 de junho.
É impensável, no entanto, que a temporada espanhola termine sem um campeão. O mais provável é uma corrida para encaixar jogos eventualmente adiados nas datas que faltam.
Mas não há nada garantido.

Empreiteiro diz que doou a Dilma por temer represália


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O empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, disse a procuradores da Operação Lava Jato que doou R$ 7,5 milhões à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras se não ajudasse o PT.
Segundo Pessoa, a contribuição da empresa foi tratada diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva.
Preso desde novembro do ano passado e hoje em regime de prisão domiciliar, o empresário negocia desde janeiro com o Ministério Público Federal um acordo para colaborar com as investigações em troca de uma pena reduzida.
Nos contatos com os procuradores e no documento em que indicou as revelações que está disposto a fazer caso feche o acordo, Pessoa descreveu de forma vaga sua conversa com Edinho, mas afirmou que havia vinculação entre as doações eleitorais e seus negócios na Petrobras.
O empreiteiro contou ter se reunido com Edinho a pedido do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado como o principal operador do partido no esquema de corrupção descoberto na Petrobras e hoje preso em Curitiba.
As doações à campanha de Dilma foram feitas legalmente. Segundo os registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram três: duas em agosto e outra em outubro de 2014, dias antes do segundo turno da eleição.
Se Pessoa fechar o acordo de delação premiada com os procuradores, ele terá então que fornecer provas e detalhar suas denúncias em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal.
Em janeiro, Pessoa já havia indicado sua disposição de falar sobre a campanha de Dilma Rousseff em documento escrito na cadeia e publicado pela revista "Veja". "Edinho Silva está preocupadíssimo", escreveu o empresário.
CAIXA DOIS
Pessoa também afirmou aos procuradores que fez contribuições clandestinas para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, em 2006, e a do prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012.
O empreiteiro disse que deu R$ 2,4 milhões à campanha de Lula, via caixa dois. O dinheiro teria sido trazido do exterior por um fornecedor de um consórcio formado pela UTC com as empresas Queiroz Galvão e Iesa e entregue em espécie no comitê petista.
Pessoa afirmou também que, a pedido de Vaccari, pagou outros R$ 2,4 milhões para quitar dívida que a campanha de Haddad teria deixado com uma gráfica em 2012. O doleiro Alberto Youssef, outro operador do esquema de corrupção na Petrobras, teria viabilizado o pagamento.
Segundo o empreiteiro, o valor foi descontado de uma espécie de conta corrente que ele diz ter mantido com Vaccari para controlar o pagamento de propinas associadas a seus contratos na Petrobras.
Pessoa também promete revelar às autoridades detalhes sobre seus negócios com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que hoje cumpre prisão domiciliar por seu envolvimento com o mensalão.
O empreiteiro, que pagou R$ 3,1 milhões à empresa de consultoria de Dirceu entre 2012 e 2014, diz que o contratou para prospectar negócios no Peru, mas afirmou aos procuradores que a maior parte dos repasses foi feita após a prisão do ex-ministro, para atender a um pedido de ajuda financeira da sua família, em razão de sua influência no PT.
OUTRO LADO
O PT rejeitou as acusações do empresário Ricardo Pessoa e afirmou em nota que todas as doações à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014 foram feitas de acordo com a legislação eleitoral.
O partido ressaltou que as contas da campanha de Dilma foram aprovadas por unanimidade na Justiça Eleitoral.
A assessoria do ministro Edinho Silva, chefe da Secretaria de Comunicação Social, que foi o tesoureiro da campanha presidenical, informou que a nota do PT deveria ser considerada sua reposta às alegações do empreiteiro.
A Presidência da República e a assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disseram que não fariam comentários sobre o assunto.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que as doações à sua campanha foram todas feitas de acordo com a lei, e que as dívidas foram absorvidas e quitadas posteriormente pelo PT.
O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, disse que ele só captou doações legais para o partido e não participou do esquema de corrupção descoberto na Petrobras.
O advogado do ex-ministro José Dirceu, Roberto Podval, informou que seu contrato de consultoria com a UTC tinha como objetivo prospectar negócios no Peru, sem qualquer relação com a Petrobras.

Editoria de Arte/Folhapress

Em testamento, britânico deixa dinheiro para amigos fazerem viagem


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Um britânico deixou, em testamento, 3,5 mil libras (cerca de R$ 16 mil) a seus amigos de longa data, sob a condição de que eles usassem o dinheiro para fazer uma viagem a uma cidade na Europa.
A quantia foi destinada por Roger Brown, de Swansea, no País de Gales, a sete amigos com quem costumava fazer atividades e viagens ao longo de mais de quatro décadas.
Brown morreu de câncer aos 67 anos e deixou secretamente por escrito como o dinheiro deveria ser usado. Os amigos cumpriram o acordo e acabaram de voltar de Berlim, na Alemanha.
Os sete –Roger Rees, John Harries, Bob Beynon, Gerallt Davies, Ernie Macey, Roy Thomas and Peter Pelosi– afirmaram que, durante a viagem, pensaram em Brown o tempo todo.
Rees disse à BBC que a irmã de Brown tinha sugerido antes do funeral que seu irmão estava fazendo algo pelo grupo, mas achou que se tratava apenas de pagar uma rodada de bebidas.
"Três ou quatro dias depois, o filho de Roger me ligou. Achei que ele estivesse brincando. Levei um tempo até acreditar no que ele estava dizendo", afirmou Rees.
HOMENAGEM
O grupo de amigos conta que sempre fez viagens curtas a locais próximos de casa, mas a logística de organizar férias fora do país acabou se tornando difícil, especialmente para conciliar agendas e definir destinos.
Eles lembram que as discussões, regadas a muita cerveja, chegaram a ficar acaloradas até que um dos homens sugeriu Berlim e disse que se responsabilizaria por organizar a viagem.
Durante a estada na capital alemã, eles contam ter se recordado da generosidade de Brown em cada oportunidade.
"Fizemos um tour pela cidade com um ônibus turístico. O percurso completo leva duas horas e meia, mas você pode descer onde quiser. Em cada local histórico, havia um bar", lembra Rees.
"A todo bar que íamos, nós pedíamos uma bebida e fazíamos um brinde a Roger –e nós fomos a muitos bares".
Brown era descrito como um homem ativo, cujo trabalho como engenheiro estrutural o levou a percorrer o mundo. Ele era um habilidoso ciclista e jogador de rúgbi quando jovem e gostava de jogar golfe, pescar e praticar boliche.
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Coreia do Norte testa seu primeiro míssil balístico submarino


Em Seul (Coreia do Sul)
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  • KCNA/EFE
    Kim teria dito que o míssil "se elevou rumo ao céu a partir das profundezas do oceano" Kim teria dito que o míssil "se elevou rumo ao céu a partir das profundezas do oceano"
A Coreia do Norte realizou seu primeiro teste de lançamento de um míssil balístico submarino sob a supervisão do líder máximo do país, Kim Jong-un, informou neste sábado (9) a agência estatal "KCNA".

O teste, que não teve data e localização divulgadas, revela que o regime norte-coreano desenvolveu a tecnologia necessária para disparar mísseis balísticos a partir de submarinos, segundo a "KCNA".

Isso confirmaria as suspeitas de Seul e Washington, que tinham alertado desde o ano passado sobre a iniciativa de Pyongyang para equipar seus submarinos com sistemas de lançamento de mísseis balísticos.

O líder norte-coreano dirigiu pessoalmente o lançamento e expressou sua satisfação quando o teste foi concluído com sucesso, segundo a "KCNA".

O míssil "se elevou rumo ao céu a partir das profundezas do oceano", declarou Kim Jong-um, segundo a agência estatal.

Apesar de a localização exata do teste não ter sido divulgada, especialistas sul-coreanos disseram que poderia se tratar do litoral em frente à cidade de Sinpo, a nordeste de Pyongyang, já que Kim Jong-un se deslocou para o local no mesmo dia do lançamento.

Em fevereiro, o regime norte-coreano anunciou que havia realizado em um janeiro um lançamento de teste de uma plataforma de lançamento flutuante próxima do estaleiro dessa mesma cidade.

O teste serviu para simular a fase inicial de ejeção de um míssil através do tubo de lançamento de um submarino, disseram fontes militares sul-coreanas.

Norte e Sul permanecem tecnicamente em conflito desde a Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício que até hoje não foi substituído por um tratado de paz definitivo.

A Coreia do Norte possui uma considerável superioridade numérica de submarinos em relação ao vizinho do sul, já que conta com 70 embarcações deste tipo, entre elas cerca de 20 de 1,8 mil toneladas.

A Coreia do Sul, por sua vez, possui atualmente quatro submarinos de 1,8 mil toneladas (aos quais se somarão mais cinco até 2019) e nove de 1,2 mil toneladas.

Bioengenheiro cria sistema para detectar parasitas com smartphone


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Aparelho que funciona como microscópio portátil é acoplado no Iphone e, com o uso da câmera, ele detecta quantidade de parasitas no sangue
Especialistas em bioengenharia desenvolveram um sistema que permite que smartphones sejam usados para detectar a presença de parasitas no sangue.
O sistema, chamado CellScope, permite que um app analise o movimento em uma imagem de uma gota de sangue capturada pela câmara do celular, para buscar eventuais organismos estranhos.

Reprodução
Aparelho, que funciona como microscópio portátil, é acoplado no celular e detecta parasitas no sangue
Aparelho, que funciona como microscópio portátil, é acoplado no celular e detecta parasitas no sangue
Os sistema foi testado com sucesso em Camarões, na África, e os resultados foram divulgados na publicação científica "Science Translational Medicine".
Especialistas dizem que a técnica marca um avanço fundamental no combate a doenças tropicais.
VERME NO OLHO
Nos testes em Camarões, o sistema foi usado para detectar larvas de loa loa. Níveis altos deste parasita –que pode chegar até o olho– tornam arriscado o uso de ivermectina, um remédio comum contra vermes e parasitas, amplamente usado na África para tratar doenças como a oncocercose, também conhecida como "cegueira dos rios", e a elefantíase.
Em geral, os pacientes precisam passar por exames para analisar a quantidade de larvas loa loa que têm no corpo, o que custa tempo e requer equipamento de laboratório.

SPL
Em níveis altos, parasita loa loa pode apercer até mesmo no olho
Em níveis altos, parasita loa loa pode apercer até mesmo no olho
Por conta disso, o professor de bioengenharia da Universidade da Califórnia Daniel Fletcher, desenvolveu uma espécie de microscópio portátil para o smartphone, capaz de identificar a loa loa em uma gota de sangue.
O sangue é colhido e, a partir daí, fica tudo por conta do celular. A gota é colocada no pequeno microscópio adaptado para iPhone e aí, com o uso da câmera, o smartphone consegue examinar o material e dar o resultado do exame em três minutos.
"Com um toque na tela, o aparelho mexe a amostra, capta imagens e automaticamente analisa todas elas", disse Fletcher.
O software utilizado no celular não tenta desvendar o formato da larva, mas sim qual é o movimento dela.
Com isso, ele consegue identificar o número de parasitas loa loa no sangue e diz aos cientistas se eles estão aptos a receber o tratamento com o remédio ou não.
Isso significa que é preciso pouco treinamento para utilizar o programa do smartphone, enquanto os procedimentos atuais para o exame requerem profissionais especializados para analisar a amostra de sangue.
A ideia agora é testar o software em 40 mil pessoas. "Estou animado, isso oferece uma abordagem de alta tecnologia para lidar com problemas de baixíssima tecnologia", afirmou Fletcher.
Os cientistas esperam que a mesma ideia possa ser adaptada para examinar outros tipos de infecção, como tuberculose, malária, e outras doenças de parasitas transmitida pelo solo, como a lombriga.
O professor Simon Brooker, da London School of Hygiene & Tropical Medicine, comentou que essa descoberta representa um grande avanço na luta contra doenças tropicais.
"Acho que é um dos avanços mais fundamentais que fizemos em muito tempo contra doenças tropicais negligenciadas", disse.
"No século 21, estamos usando tecnologia do século 20 para diagnosticar essas infecções, agora isso nos traz para o mundo moderno."

Antes do 1º turno, Graça defendeu reajuste 'de 2 dígitos' na gasolina


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Três semanas antes do primeiro turno das eleições de 2014, a então presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu em reunião do conselho de administração um reajuste de "dois dígitos" nos preços dos combustíveis até o fim do ano, para "segurar a companhia" em 2015.
Na mesma reunião, em 12 de setembro de 2014, conselheiros criticaram o "uso político" dos preços artificialmente baixos dos combustíveis e apontaram a prática de gestão "temerária".
Em 6 de novembro, após a reeleição de Dilma Rousseff, veio reajuste: 3% para diesel e 5% para gasolina. A defasagem dos preços pode ter custado R$ 57 bilhões desde 2011, segundo analistas.
Os diálogos estão registrados na gravação, obtida pela Folha, da reunião do conselho de administração ocorrida em 12 de setembro. O trecho em que Foster defende o tamanho do reajuste foi omitido da ata do encontro.
Após traçar quadro em que não era possível aumentar a produção nem cortar investimento, Foster concluiu: "Não há como segurar essa companhia no ano que vem, se nós não tivermos, nem que seja no último trimestre, um aumento de dois dígitos nos preços de diesel e gasolina".
A tensão começou 45 minutos após Guido Mantega, à época ministro da Fazenda e presidente do conselho da Petrobras, deixar a reunião.
Dirigindo-se ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o representante dos minoritários José Guimarães Monforte acusou o governo de inviabilizar investimentos: "Estamos ignorando elementos de decisão. Não se age, não se toma decisão, eu acho que é [gestão] temerária, sim", afirmou.
 
Então, Graça defendeu o reajuste. O representante dos empregados, Silvio Sinedino Pinheiro, disse que o caixa da estatal estava bancando indevidamente o controle da inflação.
"Dizer que está havendo um uso político? Claro que está, gente. O ministro [Mantega] já cansou de falar 'vai ter reajuste'. E o reajuste é quando? Depois da eleição. Alguém aposta aqui que vai ser antes?", afirmou Pinheiro.
O representante dos minoritários voltou à carga contra volatilidade das ações: "Cada vez que a presidente e o ministro falam [sobre preço] causa volatilidade. É 3%, 4% cada vez".
Substituto de Mantega na condução da reunião, Coutinho, do BNDES, não reagiu diretamente aos ataques. Ele sugeriu que o debate sobre preços fosse resumido em ata como: "A empresa deve praticar a política de preços tal como está determinada".

Petrobras move as primeiras ações judiciais contra empresas da Lava Jato


08/05/2015 18h55 - Atualizado em 08/05/2015 21h03


Estatal pede R$ 298 milhões à Mendes Júnior e R$ 154 milhões à Engevix.
No total, empresa quer recuperar R$ 6,2 bilhões perdidos com corrupção.

Do G1 Rio
A Petrobras e o Ministério Público Federal (MPF) ingressaram com uma ação judicial contra a empreiteira Mendes Júnior, pedindo uma indenização de R$ 298 milhões, parte de uma estratégia para recuperar recursos desviados, revelou a estatal nesta sexta-feira (8). No último dia 30, a empresa foi à Justiça contra outra empreiteira, a Engevix, da qual reivindica o pagamento de quase R$ 154 milhões, a título de ressarcimento. A petroleira passa a atuar como assistente do MPF.
As duas ações são as primeiras que a Petrobras move contra empreiteiras envolvidas no esquema investigado pela operação. Outras três ações que estão sendo preparadas contra as empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa somam R$ 826 milhões, de acordo com a estatal. Os valores pedidos já incluem multas e reparações por danos morais.
 
Para a próxima segunda-feira, está previsto o recebimento pela Petrobras de R$ 157 milhões recuperados do ex-gerente da empresa Pedro Barusco, que admitiu ter cometido desvios em depoimentos à Justiça por meio de acordo de delação premiada. Segundo a gerente executiva do Departamento Jurídico da Petrobras, Taísa Maciel, o dinheiro irá para o cofre da companhia “imediatamente”.
No total, a Petrobras tenta reaver na Justiça R$ 6,2 bilhões perdidos com corrupção em 2014. Foi este o cálculo divulgado no balanço auditado da companhia, divulgado no último dia 22 de abril. O valor foi definido no demonstrativo como "baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente".
Conforme declarou à Globo News a gerente executiva do departamento jurídico da Petrobras, Taísa Maciel, caso a justiça decida aplicar multas e danos morais pelos atos ilícitos, a petroleira pode conseguir de volta um valor até maior que os R$ 6,2 bilhões perdidos com as irregularidades.
Caso a decisão da Justiça seja favorável à Petrobras na ação contra a Mendes Júnior, poderão pagar o valor cobrado, além da própria empresa, o diretor vice-presidente executivo Sérgio Cunha Mendes; o diretor de óleo e gás, Rogério Cunha de Oliveira; o diretor vice-presidente corporativo, Ângelo Alves Mendes; o representante da Mendes Junior nos contratos com a Petrobras, Alberto Elisio Vilaça Gomes; o engenheiro da área operacional de obras e gerente de contratos, José Humberto Cruvinel Resende; e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Procurada pelo G1 na noite desta sexta-feira, a Mendes Junior afirmou que "não tem conhecimento da ação e por isso não irá se manifestar".
No caso da ação contra a Engevix, são responsabilizados a empresa Jackson Empreendimentos S/A, holding da Engevix; o vice-presidente Gerson de Melo Almada; os representantes da Engevix em contratos Carlos Eduardo Strauch Albero, Newton Prado Junior e Luiz Roberto Pereira; e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Procurada pelo G1 nesta sexta-feira, a Engevix afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Danos morais e materiais
De acordo com a gerente jurídica da Petrobras, as duas primeiras ações tentam não só a reparação material, mas também a moral, já que a imagem da companhia teria sido abalada.
“A Petrobras está tomando todas as medidas necessárias para a integral reparação dos prejuízos sofridos, inclusive com relação à sua reputação. Essa medida de hoje se insere num contexto de diversas medidas que têm esse objetivo, incluindo aí medidas na esfera penal, quando a gente entrou como assistente de acusação, ao lado do Ministério Público, administrativas e as medidas civis que são essas das ações de improbidade”, disse.
Taísa também destacou que, se a Justiça for favorável aos pedidos da Petrobras, o valor ressarcido poderá ser superior às quantias desviadas. “Para ter ideia, nessas duas primeiras ações que a Petrobras está entrando, o pedido é de cerca de R$ 500 milhões. E já está em preparação o ingresso de mais três ações com o objetivo de obter o ressarcimento de cerca de R$ 800 milhões. Então, virão ainda outras ações contra outras empresas e outros contratos à medida que as investigações forem avançando”.